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Megaprojeto reúne empresas públicas e privadas para incrementar a cadeia produtiva de peixe no Brasil
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O Conexão Ciência desta semana (amanhã às 19h15 na TV NBR) apresenta o projeto BRS Aqua, uma iniciativa que reúne 26 unidades de pesquisa da Embrapa de diversas regiões brasileiras, 270 empregados, 50 parceiros públicos e 11 empresas privadas para promover a infraestrutura e a pesquisa científica em prol do mercado de aquicultura no Brasil. Para falar sobre os objetivos desse projeto e os resultados esperados, o programa entrevista a pesquisadora Lícia Lundstedt, coordenadora dessa ação inédita no País. O Conexão Ciência é promovido em parceria entre a Embrapa e a TV NBR, do governo federal, e vai ao ar todas as terças-feiras, às 19h15. Pode ser assistido também no canal da NBR no YouTube.
Segundo Lícia, o BRS Aqua vai conjugar até o ano de 2020 atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação para incrementar o conhecimento sobre aquicultura e o mercado de peixes no Brasil. Ela explica que se trata de uma temática relativamente recente no País e que, em função disso, o projeto tem uma forte característica estruturante. Um dos principais resultados esperados é a construção de estruturas físicas para subsídios das pesquisas propostas, como por exemplo, laboratórios e galpões em diferentes unidades da Embrapa e campos experimentais. Além disso, serão adquiridos também equipamentos de última geração, como uma máquina extrusora para fabricação de ração, entre outros.
O projeto abrange pesquisas com tilápia, tambaqui, bijupirá e camarão. Essas espécies, segundo Lícia, estão em níveis tecnológicos bastante diferentes. A Tilápia é uma espécie exótica, mas consolidada no mercado brasileiro; o Tambaqui é uma espécie nativa bastante cultivada e com grande potencial; o camarão tem enorme importância na aquicultura e na balança comercial e o Bijupirá, ou Beijupirá, é uma espécie marinha com grande valor agregado e que desponta como uma espécie nativa de potencial pra aquicultura marinha ainda incipiente apesar da extensão da costa nacional.
“É um desfaio estratégico para o BRS Aqua trabalhar com espécies tão diversas no que se refere à cadeia produtiva. Por exemplo, com relação à Tilápia já existe o chamado pacote tecnológico bem ajustado, mas o Bijupirá está longe disso”, comenta a pesquisadora.
Ela ressalta ainda que o projeto cobrir lacunas de conhecimento científico e tecnológico da aquicultura em prol do avanço do setor no Brasil, que tem um enorme potencial, mas que ainda pode ser considerado incipiente no País.
Outros resultados esperados são a formação de um banco genético qualificado de tambaqui na Embrapa para subsidiar programas de melhoramento genético dessa espécie; o desenvolvimento de um pacote de referencia nutricional para tambaqui, considerando as diferentes fases de produção até abate; e o fortalecimento de uma rede de pesquisa em aquicultura, envolvendo as instituições públicas e privadas que participam do projeto.
As informações técnicas e científicas resultantes do BRS Aqua têm potencial para subsidiar o setor e até mesmo balizar o desenvolvimento de políticas públicas no Brasil. “A carência de dados técnicos é um dos principais problemas enfrentados hoje pelos piscicultores no Brasil”, explica a pesquisadora lembrando que o projeto prevê também a definição de protocolos da nutrição, que serão transferidos ao setor produtivo. “Com isso, pretendemos ajudar os criadores a reduzir os custos de produção, pois a ração é o insumo mais caro desse processo”, finaliza Lícia.
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